Absolutamente complexo, emocionalmente cheio, replecto de criatividade e sonho e poesia.
Quizera eu desafiar o pessoal, motivar-vos para o sonho, a critica, a capacidade de intervir no processo criativo. Pensei que pudessem ajudar-me, pensei mesmo que pudessem ajudar-se...
Fiquei só, solitário como sempre, na arte, na pintura, na escrita, na poesia, no sonho de ser, de intervir, de comunicar.
Inclui então gente, humanizei o ambiente, imprimi, a meu ver, dinâmica de vida...
Avancei então com a ideia primeira, a mama, uma grande mama, uma mama gigante e central, um mamilo, povoado de sensualidade, de vida, de forma, de imaginário...
Envolvi o mamilo com uma mama de muita gente, e muita dor, e muita angustia, e muita esperança, e ansiedade e vida!
Projectei então a envolvente do medo, do futuro, da espiral, do tempo, do cosmos, de tudo...
Uma espécie de placa giratória, uma espécia de buraco sem fundo, de alimento para o tempo, para o sonho, para a esperança renascida, tudo projectado pela forma, textura e dimensão do mamilo, da mama e da vida!
Precisamos por vezes de parar, de equacionar tudo.
A componente cromática adequa-se? Transmitirá ou desafiará quem se arriscar a ver algo na tela? Imputará que sentimentos?
Para além da figuração, ou da impressão figurativa que se pretende desafiar, importa equacionar, na minha perspectiva, a capacidade agressiva da cor e o seu efeito na capacidade de sensibilizar ou motivar emoções...
Trabalho então a cor, trabalho mais o contraste, trabalho mais a definição e a dimensão do imaginário, do desejo, do procurado... Forço agora a textura, imprimindo-lhe mais profundidade e dinamito a dimensão. Procuro-me nos pormenores e na sua implicação na definição perceptiva da obra a apresentar.
Resolvo agora, parar e voltar amanhã.
Acredito, que para finalizar a obra.
Se ninguém ousa criticar ou propor, continuarei solitariamente o percurso proposto.
Até amanhã... amigos, claro.
Victor Costa